O Projeto "2ª Semente da Canção Nativa” é aprovado.
1 - Apresentado pelo Sindicato Rural do Rio Grande (CEPC-2523), representada por Joel Jesus Silveira de Ávila (CPF-314.901.900-15), o projeto tem por objetivo a realização de um festival de música nativista, inserido na Expofeira de Rio Grande, no Parque de Exposições Filinto Eládio da Silveira, nos dias 14 a 17/11/13, na cidade de Rio Grande/RS. Compõem a equipe principal: VH Produções Culturais e Artísticas Ltda. (CPNJ-07.923.695/0001-22), responsável pela captação de recursos; Larissa Teixeira Correa (CPF-018.839.980/18) com a função de produtora artística, e Lauren Scasso Colman (CPF-820.985.570/00), CRC/RS-083247/0-0, como contadora. Realizar a 2ª edição de um festival nativista, de grande qualidade musical, que reafirme a importância histórica e cultural que a cidade do Rio Grande teve para a formação de nosso Estado, é o objetivo central deste projeto, de acordo com o proponente. A denominação do projeto remete ao entendimento de a cidade de Rio Grande ter sido a primeira cidade do Rio Grande do Sul e a “semente” que germinou em nosso grandioso Estado, merecendo lugar de destaque no cenário histórico-cultural, pois, através do porto, além das riquezas econômicas, chegou igualmente uma grande “bagagem” e riqueza cultural. Reafirmar a importância que a cidade de Rio Grande tem no desenvolvimento cultural do Estado, através dessa 2ª edição do festival nativista, é a finalidade principal deste projeto, como consta na sua justificativa. O festival, com duração de quatro dias, terá no primeiro a fase local com a participação de 8 (oito) participantes, compositores exclusivamente nascidos em Rio Grande, classificando-se 2 (duas) músicas que concorrerão na fase final juntamente com as 10 (dez) classificadas na fase geral, a qual ocorrerá nos dois dias intermediários (2º e 3º). Estão programados, para todos os dias, um show de abertura com artistas locais e um de encerramento com artistas de renome estadual. O regulamento do festival define o evento como “um festival de música nativista campeira, extensivo a todo o Brasil e a todos os países do Mercosul, através da participação de poetas, músicos e cantores identificados com a cultura crioula da pampa gaúcha”. Elenca os seus objetivos específicos dando ênfase à autenticidade da música, da terminologia, indumentária, usos e costumes do homem do campo, peculiaridades musicais e poéticas, dando oportunidade aos novos compositores, principalmente os riograndinos. A triagem estará a cargo do trio de jurados Ana Lúcia de Oliveira ‘Aninha’ Pires, Aluísio R. Rockembach e Paulo Henrique de Souza ‘Gujo’ Teixeira. Receberão cachês todos os participantes, tanto na fase local como na geral, e igualmente estão previstos prêmios para a música mais popular, melhor poesia, melhor melodia, melhor instrumentista, melhor intérprete e arranjo. O projeto, inicialmente orçado em R$ 245.094,75, teve seu valor reduzido para R$ 228.048,75, após glosas efetuadas na fase da análise técnica na SEDAC, relativas a despesas com infraestrutura como arquibancadas, fundo de palco, serviço de limpeza e parte da mídia radiofônica. O financiamento previsto é de R$ 181.748,75 com recursos da LIC, de R$ 41.560,00 com recursos de comercialização, R$ 3.000,00 com patrocínios ou doações, e de R$ 1.740,00 com recursos próprios. As despesas com cachês artísticos somam R$ 82.800,00, sendo R$ 42.300,00 destinados ao total de artistas concorrentes e grupos locais, e R$ 40.500,00 aos 4 shows de encerramento, um em cada dia do evento. Está prevista a comercialização de 6.123 ingressos a R$ 5,00, e a distribuição de 1.223, destes 552 a quatro escolas da cidade, 612 a patrocinadores e 60 à SEDAC. As despesas com a infraestrutura básica (som, luz, palco, pirâmides, gerador, segurança) somam aproximadamente R$ 53.000,00 e as de divulgação totalizam aproximadamente R$ 33.000,00. O projeto foi criteriosamente analisado em duas diligências efetuadas pelo Setor de Análise Técnica/SAT da SEDAC, tendo o proponente atendido a todas as solicitações de esclarecimento e de ajuste solicitadas. Em 17/06/13 o processo foi encaminhado a este Conselho, tecnicamente habilitado.
É o relatório.
2 – Inicialmente cabe retificar a informação da proponente de que a cidade de Rio Grande não é exatamente a primeira cidade do Rio Grande do Sul, mas sim a primeira cidade fundada por portugueses no Rio Grande do Sul. Intervenções artísticas e culturais são frequentes em eventos como feiras e exposições e podem ser oportunas, meritórias e bem-vindas, dependendo de seu conteúdo e relevância, bem como da sua formatação financeira. Por estarem inseridas em um evento maior, há que se considerar que ambos, o evento maior, neste caso, a Expofeira, e a ação artística, o Festival Nativista, se beneficiam dessa parceria. O que ocorre frequentemente em projetos culturais desse formato é que os mesmos servem puramente de âncora e atrativo de público para um evento como uma feira ou exposição, sendo, no entanto, o seu conteúdo artístico e valor cultural intrínseco representado por mero entretenimento, na maioria das vezes shows musicais de bandas. Voltando ao projeto em análise, tem-se de antemão, uma ação meritória e de reconhecido valor artístico: um festival nativista que incentiva a criação de conteúdo, promovendo música de raiz e artistas, ambos do nosso contexto cultural. Trata-se de um evento que possibilita o descobrimento de novos talentos, acessível a qualquer compositor, sem seguir nenhum ranking e livre de ônus financeiro. O projeto está bem estruturado, com informações e documentação suficientes para sua avaliação. No tocante aos recursos financeiros envolvidos, volta-se ao enfoque inicial do formato de parceria entre o projeto e a feira-exposição. Se é inegável que o Festival Nativista servirá de atrativo e arregimentará público à Expofeira, é também verdadeira a recíproca, isto é, a ação cultural encontra um ambiente propício, com grande público e a infraestrutura necessária para ser levada a efeito com êxito, atingindo também um público que está no local atraído pela Expofeira. Precisamente por isso faz-se necessário um efetivo e equilibrado compartilhamento de custos entre os dois eventos. Neste sentido procede-se às glosas e/ou redução de valores de alguns itens da planilha de custos, cuja despesa deverá ser financiada por outra fonte: item 1.1 - pirâmide-lonão – glosa do valor de R$ 7.900,00; item 1.2 – pirâmide-praça de alimentação – glosa do valor de R$ 5.600,00; item 2.7 – mídia televisiva – redução do valor de R$ 15.970,00 para R$ 10.000,00; por fim, o valor total dos cachês previstos para os 4 shows de encerramento, relativos aos itens 1.38, 1.39, 1.40 e 1.41, de R$ 40.500,00, deverá ser reduzido para o total de R$ 30.000,00, ficando a critério do proponente a redistribuição deste valor entre os referidos itens da planilha ou a reposição do seu valor original com recursos de outra fonte de financiamento. Em virtude dos cortes e reduções de valores acima, que somam R$ 29.970,00, resulta o valor total a ter financiamento com recursos do Sistema Pró-Cultura de R$ 151.778,75.
3. Em conclusão, o projeto “2ª Semente da Canção Nativa” é aprovado em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo vir a receber incentivos no valor de até R$ 151.778,75 (cento e cinquenta e um mil setecentos e setenta e oito reais e setenta e cinco centavos) do Sistema Unificado e Fomento às Atividades Culturais – Pró-Cultura.
No entanto, a liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais estará condicionada à comprovação, junto ao gestor do sistema, do rígido cumprimento das normas legais de prevenção de incêndios no local do evento.
Porto Alegre, 6 de agosto de 2013.
José Mariano Bersch
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, optou por: votar ( ), não votar (X) ou desempatar ( ).
Sessão das 14 horas do dia 6 de agosto de 2013.
Presentes: 18 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Graziela de Castro Saraiva, Maria Eunice Azambuja de Araújo, Alcy Cheuiche, Adriana Donato dos Reis, Paula Simon Ribeiro, Adriano José Eli, Franklin Cunha, Gilberto Herschdorfer, Leoveral Golzer Soares, Milton Flores da Cunha Mattos, Antônio Carlos Côrtes, Loma Berenice Gomes Pereira, Maturino Salvador Santos da Luz, Vinícius Vieira de Souza, Gilson Petrillo Nunes, Susana Fröhlich (16)
Neidmar Roger Charão Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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