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O projeto “Festival Arte Cultura da Quarta Colônia” é aprovado.
1 – O “Festival Arte Cultura da Quarta Colônia”, em sua segunda edição, contempla espetáculos de artes integradas que vão desde “Asas de um sonho”, com a trupe circense da Cia. Sorriso, teatrais, como a “Nuvenzinha que não gostava de chover”, até shows com astros consagrados como Délcio Tavares, um dos grandes nomes do nativismo riograndense, passando por apresentações de percussão e dança africana, projeto com os alunos do Musicando, na Quarta Colônia de Rstinga Seca.
A área é extensa e se caracteriza por apresentações em amplo espaço na cidade de Faxinal do Soturno, com entrada gratuita, com expectativa de propiciar lazer e diversidade cultural através do circo, do teatro, da música e da dança, colaborando assim para a formação de plateias na região da chamada Quarta Colônia.
Esta abrangência significa aproximadamente oito municípios de cinco mil habitantes, em média, e que se situam bem no centro do estado do Rio Grande do Sul, longe das serras e vales que concentram a maior parte da colonização italiana em nosso estado.
A expressão “Quarta Colônia” se refere exatamente ao período cronológico em que foi estabelecida, na continuidade daquelas mais conhecidas e que a precedeu historicamente, como Campo dos Bugres, hoje Caxias do Sul, Santa Isabel, que é a moderna cidade de Bento Gonçalves e Conde D’Eu, que hoje atende pelo simpático nome de Garibaldi.
A Quarta Colônia engloba os municípios de Silveira Martins, Faxinal do Soturno, Dona Francisca, Nova Palma, Pinhal Grande, São João do Polêsine e São Martinho da Serra, alguns fazendo referência em seus nomes a produtos locais e outros à região onde se situam.
É lá que a produção coordenada por Maria da Graça Maciel Fernandes pretende institucionalizar esta segunda edição do festival de Arte e Cultura, através do projeto que se batiza como “Quarta Colônia”, e para o qual se pede a atenção e os benefícios da Lei de Incentivo à Cultura, com espetáculos humoristas com Cris Pereira Ponto Show, espetáculo circense nas “Asas de um Sonho”, show do cantor Délcio Tavares, peças de teatro, shows de percussão e de danças, solicitando o apoio para um investimento de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
É o relatório.
2 – Trata-se de uma região belíssima que ficou a margem do desenvolvimento do final do século XIX e início do XX, por sua situação em meio a espaços densamente arborizados e íngremes, e por se situarem longe das serras anteriormente colonizadas, bem no centro do Rio Grande do Sul.
A falta de habitantes e de exploração naqueles períodos fez com se mantivesse um verdadeiro sacrário, até com alguns nomes sugestivos e, sem dúvida, pouco atraentes, como: Faxinal do Soturno, hoje o local previsto para este projeto de Artes Integradas, e cujo significado claro não seria entusiasmante, pois, afinal de contas, Faxinal é um campo coberto de mato curto e Soturno, um ponto cerrado e escuro, lugar até perigoso. Esta denominação foi lhe dada por uma equipe da Carta Geográfica do Brasil que percorreu o rio Jacuí, estudando as possibilidades de navegação, nos primeiros anos do século XX.
O povoamento em si foi iniciado em torno de 1884 por imigrantes italianos, mas se manteve restrito por causa das dificuldades naturais e pela pouca disseminação de povoadores.
A emancipação política somente se deu quando Faxinal do Soturno, ou o campo coberto de mato e, por isso mesmo, taciturno, silencioso, lúgubre e medonho como o define o Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Hollanda, foi elevado à categoria de cidade, sede de município, isso em 1959.
Com isso, os aproveitadores não tiveram muito tempo para depredar, e o Faxinal do Soturno e os demais municípios da região oferecem uma rara amostragem de qualidade de vida, e sugerem o que pode ser preservado, desde que não haja ambição excessiva, ou cobiça estimulada pela falta de controle e fiscalização por parte dos governos.
Isso que sobrou é, pois, um verdadeiro sacrário, e é lá que se pretende levar a cabo esta concentração de esforços culturais, retratados na atividade apresentada como “Artes Integradas”.
Os alunos da Fundação Angelo Bozetto ajudarão a formar plateias com a concentração de esforços que fazem nos espetáculos “Musicando na Quarta Colônia de Restinga Seca” e “Arte em Movimento”.
Zona belíssima que merece ser preservada no que der, mas que, sem dúvidas, demonstra através do que foi realizado até hoje que a preguiça ou a ignorância não fazem parte daquele precioso acerco cultural.
As inúmeras atividades previstas repousam todas na aprovação do apoio da LIC.
3. Em conclusão, o projeto “FESTIVAL ARTE CULTURA DA QUARTA COLÔNIA”, pelo seu mérito cultural, relevância e oportunidade, é aprovado, podendo vir a receber incentivos até o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais) do Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais – Pró-Cultura – RS.
Porto Alegre, 12 de setembro de 2014.
Walter Galvani da Silveira
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
Em razão do Of. N° 06/14 da SEDAC, os projetos aprovados por este Conselho são considerados prioritários, sendo, portanto, dispensados da Avaliação Coletiva.
Sessão das 10 horas do dia 12 de setembro de 2014.
Presentes: 18 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Maria Eunice Azambuja de Araújo, Adriana Donato dos Reis, Élvio Pereira Vargas, Fabrício de Albuquerque Sortica, Hamilton Dias Braga, Leoveral Golzer Soares, Daniela Carvalhal Israel, Lisete Bertotto Corrêa, Loma Berenice Gomes Pereira, Rafael Pavan dos Passos, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Jacqueline Custódio, Vinicius Vieira, Susana Fröhlich (14)
Ausentes no momento da votação: André Kryszczun, Franklin Cunha (02)
Neidmar Roger Charao Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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