O projeto “GRAVAêH TALENTOS DO SUL - Verão 2018 - 1ª EDIÇÃO” é recomendado para avaliação coletiva.
1. O Estúdio Móvel Gravaêh! Trata-se de estúdio montado dentro de ônibus, equipado para ações de música, cinema e literatura e outras atividades culturais. Atua como Centro Cultural Itinerante que percorre o estado do Rio Grande dos Sul, desde maio de 2010, possibilitando, além da gravação de músicas, conjunto de atividades culturais que acontecem no entorno do ônibus. Com o projeto Gravaêh Talentos do Sul - Verão 2018 pretende, em sua ida a cidade de Capão da Canoa oportunizar a gravação de músicas autorais de 05 grupos, bandas e artistas.
Junto às gravações, presente a orientação e formação musical.
O Estúdio ficará estacionado na praça de eventos da cidade. Para a escolha destes grupos, serão abertas inscrições no site da ONG Cirandar – www.cirandar.org.br . Depois de encerrado o prazo das inscrições, Comissão de Seleção, formada por Frank Jorge, Loma Pereira e Juarez Fonseca, classificarão grupos para a gravação das músicas apresentadas. Além dos 5 grupos musicais que poderão gravar suas músicas, a comunidade local terá acesso a: biblioteca do Gravaêh, equipada com livros de diferentes gêneros literários, artísticos e culturais, atividades de arte/educação e mediações de leitura com crianças, jovens e adolescentes. O projeto Gravaêh Talentos do Sul - Verão 2018 inicia com a divulgação e abertura das inscrições para as bandas. No início de janeiro, a Comissão de Seleção faz avaliação dos inscritos para classificar as 5 bandas tendo direito a gravar a música inscrita. Durante 6 dias no mês de janeiro, o Estúdio permanece na cidade para gravação e mixagem no estúdio dos grupos/músicos. As gravações se iniciam na segunda-feira e no sábado pela manhã é realizada a mixagem da última banda. À tarde, realizam oficina nas dependências da Casa de Cultura Érico Veríssimo do Município com o tema "A Musicalidade e a Fonografia, uma união Transformadora e Criativa" com inscrições e divulgação no site da ONG Cirandar e no local das atividades com técnicos do projeto. As gravações e atividades culturais paralelas do entorno do estúdio ocorrerão de 29 de janeiro a 03 de fevereiro de 2018. Durante a execução do projeto serão feitas transmissões ao vivo sendo postadas no Facebook da produtora executiva e proponente do projeto, no Facebook e no site da ONG Cirandar, que é a proprietária do estúdio. As músicas gravadas serão disponibilizadas em canais de streamings e no site do Cirandar para votação popular, desta forma a comunidade poderá decidir qual banda será considerada a primeira e segunda colocada. Após a votação as músicas ficarão disponíveis, também, no You Tube. No dia 24 de fevereiro, o projeto volta à cidade para realizar show com todas as bandas e suas músicas gravadas pelo Estúdio Móvel Gravaêh. Neste momento, farão a divulgação da primeira e segunda mais votadas. Junto ao show das bandas, ocorrerá a participação do músico convidado Tonho Crocco e Banda como atração principal de encerramento do projeto. Gaúcho que conta piadas de salão. Stand-up Comedy de aproximadamente uma hora de duração.
Classificação para todas as idades. CONTAÇÃO DE HISTÓRIA (INFANTIL) Contação de uma história infantil em que as crianças são estimuladas a interagir e ajudar o personagem central da historia a se superar. Contação nos moldes infantis, porém, ao invés de livro é utilizado uma notícia em evidencia num jornal da data atual. LUAU KIDS realiza roda cantada com músicas infantis onde o público é estimulado á participar. Dado momento misturam melodias adultas com letras infantis, executando assim divertidas paródias. SARAU Realização (mediação) de leitura de passagens de livros e poemas de autores como Paulo Leminski, Caio F. Abreu, Charles Bukowski e de autoria própria das pessoas que se sentirem a vontade de participar e ler seus escritos.
Produtor:
Clara Cristina Zitkoski
CEPC: 6184
Período de Realização:
29/01/2018 à 24/02/2018
Área do Projeto: MÚSICA
Local de Realização:
CAPÃO DA CANOA - Praça da Casa de Cultura Érico Veríssimo
Coordenadora Administrativa e Financeira
ART Produções - MEI Clara Cristina Zitkoski
Contador
Leonardo Melleu Duarte
CRC :075363/0-4
Valor LIC: R$ 80.000,00
É o relatório.
2. O projeto apresenta documentação adequada à legislação pertinente. Busca apoio em Lei de Incentivo a cultura. Entendemos que projetos como este sobre a mesa, precisa preencher a binômia relevância e oportunidade. Em nosso entendimento embora alcance de certa forma os patamares antes citados, não o faz em sua totalidade. Arrisco-me a sugerir, adiantando-o ao final a motivação pela qual a necessidade da glosa linear de 40 %, pois de outro olhar compartilhamos por analogia do que escreveu e publicou no jornal Zero Hora (14.8.2015) o jornalista JUAREZ FONSECA cujo nome reverenciamos com admiração e respeito mercê de sua ampla cultura. O espírito deste projeto não parece desgarrado de certa generalidade, quando deveria buscar melhor foco. Tratamos de recursos públicos que precisam ser bem analisados em sua aplicação, a luz de uma sala de cirurgia.
Adotamos como razões de proposição de parecer, para evitar a condenável repetição, o que escreveu o citado Jornalista, que, aliás, integra o projeto como avaliador, pois serve de inspiração, quem sabe para novos tempos e novos ventos (sic).
"Acompanho os festivais desde o início, como repórter de ZH registrei o auge do movimento, até mais ou menos o final dos anos 1980. Depois as coisas começaram a ficar meio estranhas, com queda geral na qualidade. Além de constatar isso ao integrar comissões de triagem, sigo observando em várias listas de selecionadas que muitas músicas se repetem em festivais diferentes. Em vez de buscar uma canção melhor, o autor reposta na própria ruindade. No tempo das vacas gordas, mais de 70 festivais de música regional espalhavam-se pelo Estado. Hoje, o calendário do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore anota quase 50. Mas no máximo uns 10 têm alguma (pouca) relevância. Nestes, o volume de músicas inscritas oscila entre 300 e 500, dependendo da quantidade que cada autor pode inscrever – há festivais que aceitam três, outros recebem seis e até mais. O número de três, predominante até os anos 1990, foi estabelecido pela pioneira Califórnia da Canção Nativa, criada em 1971 em Uruguaiana e que em dezembro deverá realizar a 39ª edição. Originalmente, os festivais selecionavam 36 músicas, delas saindo as 12 finalistas para formar o disco – o LP tinha em geral 12 faixas. Mais tarde (virada dos 1990 para os 2000), dois fatores levaram os dirigentes a reduzir para 24 (e até 18) as concorrentes. Um econômico: poupar o dinheiro da ajuda de custo aos autores, pois a dificuldade na obtenção de patrocínio virou regra. O outro, artístico: a qualidade havia despencado. Tirar 36 músicas boas ou mesmo razoáveis de 400 inscritas passou a ser um problema. Os dois fatores prejudicaram em muito a própria Califórnia, outrora gigante. Na verdade, o fenômeno da queda na qualidade já havia sido detectado antes. Ligava-se ao grande número de festivais para os quais os artistas por eles revelados estavam mandando músicas, e ao interesse que seu sucesso despertou nos novos, aumentando em muito os concorrentes sem experiência ou livre-atiradores em busca de evidência – havia grande cobertura da imprensa. O júri de triagem da Califórnia de 1981, do qual fui um dos integrantes (com Aparício Silva Rillo, Luiz Carlos Borges, Mauro Aymone Lopes e Diogo Madruga), redigiu a chamada "Carta de Uruguaiana", que provocou polêmica por alguns a considerarem ingerência na liberdade criativa. Como registra Colmar Duarte no livro Califórnia da Canção Nativa – Marco de Mudanças na Cultura Gaúcha (Editora Movimento, 2001), a "Carta" chamava a atenção para o uso repetitivo de clichês e frases feitas, alertava para uma certa compulsão ao passado e à infância na maioria dos temas e criticava a falta de enfoque na realidade contemporânea do Rio Grande do Sul. Vale lembrar que a vencedora daquele ano foi a definitiva Desgarrados, de Mário Barbará e Sergio Napp, que não se encaixava em nenhuma dessas observações – como tantos outros clássicos deixados pelo festival. Se com o tempo os principais compositores e intérpretes, tendo já carreiras consolidadas, se afastaram, e se poucos novos se destacaram a partir dos anos 1990, imagine-se a que ponto chegou a questão da qualidade. Fazer triagem se tornou quase um teste de resistência à frustração: o sujeito ouve 500 músicas para extrair 10 fracas, 10 mais ou menos, três boazinhas e uma boa, raramente alguma muito boa. Ótima, nem pensar. Como eu disse, há várias canções ruins que circulam de festival em festival apostando em descuido ou despreparo das comissões de triagem. E às vezes conseguem. A baixa qualidade da imensa maioria das músicas inscritas atualmente chega a ser desconcertante. Letras tortas, chavões, imagens pueris ou de falso folclore, oba-oba "bagual", passadismo, melodias canhestras que parecem plágios umas das outras, e muito gritedo como se fosse um "estilo". A impressão que se tem é que os novos/velhos compositores não ouvem boa música. Ou não fariam o que fazem. E aí está o pior de tudo: a falta de autocrítica. O que, aliás, em parte significativa do Rio Grande de bombachas, não é privilégio deles."
Acreditamos que o projeto pode ser realizado com redução de custos, mormente, em face dos tempos de crises, podendo o proponente, buscar aqueles em outras fontes. Pelo que sem filáucia de impor barreiras, mais não precisamos acrescentar para sugerir glosa linear de 40% (R$ 32.000,00). Presente ainda a ausência lamentável de aporte da prefeitura de Capão da Canoa onde o ônibus ficará estacionado.
3. Em conclusão, o projeto “Gravaêh Talentos do Sul - Verão 2018 - 1ª Edição” é recomendado para a Avaliação Coletiva em razão da relevância e oportunidade, podendo vir a receber incentivos no valor de até R$ 48.000,00 (Quarenta e oito mil reais) do Sistema Unificado de Apoio e Fomento às atividades Culturais PRÓ-CULTURA.
Porto Alegre, 21 de setembro de 2017.
Antônio Carlos Côrtes
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 25 de setembro de 2017.
Presentes: 20 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Jaime Antônio Cimenti, Ivo Benfatto, Paula Simon Ribeiro, José Mariano Bersch, Plínio José Borges Mósca, Élvio Pereira Vargas, Erika Hanssen Madaleno, Dael Luis Prestes Rodrigues, Maria Silveira Marques, Rafael Pavan dos Passos, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Luciano Fernandes, Claudio Trarbach, Dalila Adriana da Costa Lopes e Walter Galvani.
Não Acompanharam o Relator os Conselheiros: Gilberto Herschdorfer.
Abstenções: Marlise Nedel Machado e Paulo Cesar Campos de Campos.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 28/09/2017 e considerados prioritários.
Marco Aurélio Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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