Processo nº 19/1100-0001131-0
Parecer nº 391/2019 CEC/RS
O projeto “HISTÓRIAS DE NOSSA GENTE 1 ª EDIÇÃO 2019” é recomendado para a avaliação coletiva.
1. O projeto “HISTORIA DE NOSSA GENTE” passou pela analise técnica do sistema Pró-Cultura, foi habilitado pela Secretaria de Estado da Cultura, sendo encaminhado a este Conselho.
Como produtor cultural: Diffusione Comunicação Ltda CEPC: 6829;
Responsável Legal: Daniel Tercílio Carniel de Oliveira na função de Coordenação Geral; Roberto Luciandro Nichetti na função de direção, roteiro e condutor das gravações do projeto; Gilberto Perin função de viabilizar financeiramente ao projeto; Portela Video Produtora, responsável pela locações dos equipamentos para gravação e edição do projeto cultural; Glenda Lisa Stimamiglio, formatação do roteiro e produção da audiodescrição do projeto; Villa Nova Comunicação, produtor e pesquisador e responsável pela produção do projeto; Contador, Renato Luiz de Souza, CRC: 073159.
Área do Projeto: AUDIOVISUAL: Produção de vídeo.
Município de realização: Garibaldi, Rio Grande do Sul.
Período de Realização: 21/11/2019 à 16/12/2019.
Valor total do projeto: R$ 217.070,00, todo solicitado ao sistema LIC. Não indica outras fontes de financiamento.
O “Histórias de Nossa Gente” é um projeto de audiovisual para série documental com 8 episódios de 30 minutos cada. Os episódios serão veiculados através de mídias digitais e distribuição em mídias física. A série irá mostrar as histórias de 8 pessoas que tem sua vida atrelada a comunidade de Garibaldi, na serra Gaúcha.
Na dimensão simbólica, o proponente afirma que resgatar histórias é fundamental, afinal a memória é um dos alicerces que dá sentido à vida. É possível dizer que não se vive do passado, se vive do presente e do futuro. Porém, para se compreender as transformações pelas quais a cultura de um povo tem passado no decorrer dos tempos, se faz necessário conhecer como era antes no início de sua construção. Um povo que não tem raízes acaba se perdendo no meio da multidão. São exatamente nossas raízes culturais, familiares, sociais, que nos distinguem dos demais e nos dão uma identidade de povo, de nação. Os grandes feitos dos heróis do passado, os imigrantes, são suficientes para assegurar um legado histórico que perdurará gerações e gerações. Porém, em um mundo onde não há mais fronteiras para a informação, temos a sensação que a cultura local não mais importa. Usar do audiovisual para se ter um resguardo histórico e preservar a cultura local é unir duas formas consideradas fundamentais para isso: a imagem (o visual) e o som (a oralidade da história). O documentário histórico também nos faz perceber que pertencemos a algo que foi se moldando até chegarmos ao que somos hoje.
Na dimensão econômica, cidades de pequeno porte, como é o caso de Garibaldi, não possuem cadeia cultural estabelecida fora do eixo de festas e eventos promovidos pelo Poder Público e sociedades organizada. Realizar um projeto desse tipo, voltado à comunidade e diferente de outros produtos culturais que as pessoas estejam acostumadas, seria o início de uma cadeia cultural. É possível notar a vontade de se fazer arte. Muitas pessoas querem participar do circuito cultural, mas sentem que talvez isso seja somente para cidades maiores, fazendo com que o que é produzido, e muitas vezes consumido na cultura, seja fruto do trabalho de pessoas ou grupos de outras cidades. Ao produzir uma série, com pessoas da comunidade, além da questão de identidade, de se ver representado na tela, estamos influenciando outras pessoas a também produzir cultura. Hoje, como é comum em cidades pequenas, o processo de produção cultural é visto como algo de cidades grande. Com esse projeto, estamos buscando mostrar que as pessoas podem ser tanto personagens como produtores de histórias. Lembrando que nunca algo desse tipo foi produzido na cidade de Garibaldi, não há registro de personalidades da cidade em audiovisual. Outro benefício para a economia cultural é o emprego e formação de mão de obra diferente dos já costumeiros produtores. Estamos envolvendo pessoas que tem sua capacidade técnica comprovada, mas também não recebem oportunidades de explorá-las mais. Nesse processo, estamos integrando-as no circuito. Iniciando esse processo cultural. Estamos integrando toda a sociedade que, por muitas vezes, pode considerar investimento em cultura como despesa desnecessária. Desde a pessoa que por curiosidade irá assistir aos episódios para ver alguém que é conhecido ou saber de alguma história até os empresários que podem colaborar para que a cultura tenha desenvolvimento em Garibaldi.
Na dimensão cidadã, além de disponibilizar a série para as mídias digitais, vamos distribuir cópias em mídia física para que todos tenham acesso. Nosso objetivo é doar DVDs para escolas da rede pública, tanto Estadual quanto Municipal, para as instituições do poder público, além de sociedades de classe e sociedades civis organizadas. Também disponibilizaremos cópia para os arquivos históricos do museu municipal e para o acervo da câmara de vereadores, além de distribuir cópias para os participantes da série e outras pessoas da comunidade. Pela nossa proposta de colocar em frente às câmeras pessoas da comunidade, estaremos gerando o interesse de outras pessoas para assisti-las, gerando audiência para o projeto. Além disso, nossa ideia é extrapolar as fronteiras de Garibaldi e mostrar o produto em outras localidades para incentivar que outras cidades façam o mesmo e registrem suas histórias com audiovisuais. Como nosso projeto é integrador, vamos disponibilizar, tanto na mídia física quanto nos formatos digitais, versões da série com legenda e audiodescrição, atendendo parte do público com deficiência visual e auditiva.
É o relatório.
2. Após diligencia deste relator, o proponente do projeto enviou os documentos necessários para a sua análise, como cartas de anuência, autorização de uso de imagem, currículos e outros. O projeto tem a finalidade de realizar uma série documental com 8 episódios de 30 minutos cada. Os episódios serão veiculados através de mídias digitais e distribuição em mídias física. Este relator entende que o projeto atende a relevância como compromisso de levar um documentário audiovisual de caráter de preservação histórica e usar do audiovisual para ter um resguardo histórico e preservar a cultura local. O projeto apresenta-se oportuno com a gratuidade e apresenta um bom plano de distribuição.
Sugestão: que todo o material promocional e de divulgação, inclusive releases e entrevistas concedidas á imprensa, conste que o projeto teve seu mérito cultural examinado e aprovado pelo conselho estadual de cultura e que, por isso, poderá usufruir de financiamento da lei de incentivo á cultura (LIC) e sistema Pró-Cultura RS.
3. Condicionantes
Na liberação do recurso, apresentar o plano de prevenção e proteção contra incêndio PPCI dos locais onde irá realizar as duas exibições. Também se condiciona a adoção das medidas de acessibilidade para as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e seus acompanhantes, e distribuídos em locais diversos, de boa visibilidade, respeitando as normas técnicas de acessibilidade em vigor. Nas contratações de artistas e técnicos profissionais, seguir os termos da lei do artista 6533/decreto 82385 de 1978 e respeitar as normas de segurança do trabalho NR 10, NR 18 E NR 35.
4. Em conclusão, o projeto “Histórias de Nossa Gente - 1ª Edição - 2019” é recomendado para a avaliação coletiva, em razão de seu mérito cultural – relevância e oportunidade - podendo vir a receber incentivos até o valor de R$ 217.070,00 (duzentos e dezessete mil e setenta reais) do Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais – Pró-Cultura RS.
Porto Alegre, 13 de outubro de 2019.
Luis Antonio Martins Pereira
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 13h30min do dia 14 de outubro de 2019.
Presentes: 22 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Benhur Bortolotto, Ivo Benfatto, Paula Simon Ribeiro, Cristiano Laerton Goldschmidt, Gisele Pereira Meyer, Plínio José Borges Mósca, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Paulo Leônidas Fernandes de Barros, Gilberto Herschdorfer, Vitor André Rolim de Mesquita, Rodrigo Adonis Barbieri, Jorge Luís Stocker Júnior, Marlise Nedel Machado, Marcelo Restori da Cunha, Vinicius Vieira de Souza, Dalila Adriana da Costa Lopes, Gabriela Kremer da Motta e José Airton Machado Ortiz.
Não Acompanharam o Relator os Conselheiros: Moreno Brasil Barrios.
Abstenções: Daniela Giovana Corso.
Em razão do Of. Nº 182/2015 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 16/10/2019 e considerados prioritários.
José Édil de Lima Alves
Conselheiro Presidente do CEC/RS
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