Processo nº 00324/2020
Parecer nº 028/2021 CEC/RS
O projeto “CARAVANA DA CANÇÃO” é recomendado para financiamento pela LIC-RS.
1. Trata este parecer de projeto da área de Música, sendo o evento não vinculado à data fixa. O projeto consiste na promoção de cinco espetáculos em palco móvel do grupo “Os Monarcas”, a percorrer as principais ruas e bairros das cidades de Erechim, Gaurama, Getúlio Vargas, Barão de Cotegipe e Três Arroios. O proponente é Tatiana Andreia Santin, CEPC 8861, e a equipe principal é composta por Monarcas Produções e Representações Artísticas, Appoiare Instituto de Pesquisa e Capacitação LTDA. A contadora é Maristela Locatelli.
O grupo Os Monarcas, um dos mais conhecidos conjuntos musicais do Estado, tem quase cinquenta anos de história. Há meses longe dos palcos, resolve propor este projeto para “levar um pouco da boa música gaúcha até a casa das pessoas neste momento tão difícil”.
Na dimensão simbólica, a proponente lembra a profusão de lives nas redes sociais que levaram cultura e entretenimento para os lares das famílias em tempos de isolamento social. “Passada esta primeira fase, gradativamente as atividades começam a ser retomadas, porém os shows e bailes ainda estão restritos e com o aumento dos casos de Covid (...) imagina-se que a normalidade levará mais tempo do que o esperado para acontecer. Destaca que a distância dos palcos e dos fãs por mais de 9 meses, gera nos artistas não só o impacto financeiro, mas também emocional. Por meio deste projeto Os Monarcas, após cinquenta anos de estrada, realizarão espetáculos em cinco cidades sobre um “trio elétrico”.
No plano econômico, a proponente ressalta que o grupo conta com uma estrutura de onze músicos, equipe técnica composta por seis pessoas e dois motoristas, cujas rendas foram diretamente impactadas com a paralisação provocada pela pandemia. Aponta ainda que o projeto oportuniza trabalho e renda para outros profissionais e empresas que prestarão serviços para sua execução.
Na dimensão cidadã, o formato possibilita que população de diferentes “níveis sociais, econômicos e culturais” acessem as apresentações. Alega que as normas de distanciamento e de prevenção ao contágio serão respeitadas, e que os artistas irão interagir com o público divulgando a importância do cuidado com a pandemia.
Os custos do projeto estão divididos entre produtora cultural, cachê da banda, assistência de produção e locação de equipamentos e palco móvel (uma carreta com gerador). A comunicação inclui a criação de identidade visual e de anúncios, os quais serão veiculados nas mídias sociais – com contratação de gestão para estes veículos – e anúncios nas rádios locais. Complementam o orçamento as rubricas de assessoria administrativa financeira e de prestação e contas, captação de recursos e contabilidade.
A planilha orçamentária prevê recursos oriundos unicamente do Sistema Pró-Cultura RS em valor total habilitado pelo SAT de R$ 182.460,00.
É o relatório.
2. O projeto contempla cinco espetáculos em Erechim, Gaurama, Getúlio Vargas, Barão de Cotegipe e Três Arroios do grupo Os Monarcas, a serem realizados sobre palco móvel.
Os valores estão adequados à proposta, com uma estrutura enxuta tanto para a produção quanto para comunicação e administração.
A proposta de fazer um espetáculo que circulará pelas ruas da cidade é bastante adequada às condições de isolamento social ainda necessários ante a pandemia, porém, ainda que o projeto sugira que as pessoas irão contemplá-lo desde seus lares, é importante que se busque garantir que a passagem do “trio elétrico” não promova aglomeração espontânea por parte do público. Neste sentido, recomendamos a conversa com as autoridades locais tanto pelas questões sanitárias, quanto de respeito à ordem pública – no sentido do alto ruído sonoro promovido pela atividade.
Recomendamos, ainda, que os trajetos nas cidades visem contemplar de fato o proposto em relação a promover o acesso ao espetáculo à população com diferentes recortes sociais e econômicos, dada a alta segregação socioespacial de nossas cidades.
3. Em conclusão, o projeto “CARAVANA DA CANÇÃO” é recomendado para financiamento público, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo captar R$ 182.460,00 (cento e oitenta e dois mil e quatrocentos e sessenta reais) junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 28 de janeiro de 2021.
Rafael Pavan dos Passos
Conselheiro Relator
Informe:
O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.
O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.
A liberação dos recursos solicitados em incentivos fiscais está condicionada à comprovação junto ao gestor do sistema do rígido cumprimento das normas de prevenção a incêndios no(s) local(is) em que o evento for realizado.
Sessão das 10h do dia 28 de janeiro de 2021.
Presentes: 23 Conselheiros.
Acompanharam o Relator os Conselheiros: Benhur Bertolotto, Alexandre Silva Brito, Cristiano Laerton Goldschmidt, Léo Francisco Ribeiro de Souza, Elma Nunes Sant’Ana, Daniela Giovana Corso, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Liliana Cardoso Rodrigues dos Santos Duarte, Nicolas Beidacki, José Francisco Alves de Almeida, Paulo Leônidas Fernandes de Barros, Lucas Frota Strey, Vitor André Rolim de Mesquita, Rodrigo Adonis Barbieri, Luciano Gomes Peixoto, Luis Antônio Martins Pereira, Mario Augusto da Rosa Dutra, Vinicius Vieira de Souza e Michele Bicca Rolim.
Abstenções: Luiz Carlos Sadowski da Silva.
Impedimentos: Aline Rosa.
Em razão do Of. Nº 021/2021 da SEDAC, os projetos recomendados por este Conselho foram submetidos à Avaliação Coletiva da Sessão Plenária Ordinária do dia 10/02/2021 e considerados prioritários.
Após a avaliação coletiva, que atribui o grau de prioridade aos projetos, o projeto é prioritário obtendo a nota final de 3,90 pontos.
José Airton Machado Ortiz
Presidente do CEC/RS
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