O projeto “Rodeio Crioulo do Piquete Parceria 17º edição 2021” é recomendado para a avaliação coletiva.
Identificação do Projeto
Titulo do projeto: “Rodeio Crioulo do Piquete Parceria 17º edição 2021”
Processo: 00004/2021
Período de Realização: Evento não vinculado a data fixa.
Local de Realização: SANTA ROSA. - Parque Municipal de Exposições Alfredo Leandro Carlson
Área do Projeto: TRADIÇÃO E FOLCLORE
Produtor Cultural/ Responsável Legal: PIQUETE PARCERIA
CEPC: 4216
Responsável Legal: SANTO ALTAIR MARTINS
Função: Coordenador geral
Equipe Principal
Nome do profissional: Gaia Produção Cultural
Função: Captação de recursos
Contador: Neri Wietholter CRC: RS 30080
Recursos próprios do proponente: R$ 15000,00 ( Quinze mil reais) (16,67% do valor total)
Receitas previstas com a comercialização de bens e serviços: não há
Patrocínios ou doações, sem incentivo fiscal: não há
Receitas originárias de Prefeituras: não há
Receitas originárias de Leis de Incentivo Federal: não há
Valor Habilitado pelo SAT: R$ 74.984,00 (setenta e quatro mil e novecentos e oitenta e quatro reais)
Valor total do projeto: R$ 89.984,00 ( oitenta e nove mil e novecentos oitentae quatro reais)
Realizada a análise pela equipe técnica do PRÓ-CULTURA, foi verificada a adequação da proposta ao enquadramento previsto na Instrução Normativa SEDAC 05/2020, art. 3°.
“Diante das informações apresentadas e observado o enquadramento da proposta, o projeto cultural é habilitado e encaminhado para avaliação do Conselho Estadual de Cultura – CEC.
O CEC avaliará os projetos habilitados, emitindo parecer sobre o mérito cultural e sobre o grau de prioridade, nos termos e prazos previstos no Decreto 55.448 de 19 de agosto de 2020 e nos artigos 14 e 15 da Instrução Normativa Sedac nº 05 de 02 de setembro de 2020.”
É o relatório.
Em sua apresentação o proponente afirma que “O projeto propõe a realização do 17º Rodeio Crioulo do Piquete Parceria de Santa Rosa/RS, com as tradicionais provas campeiras, de gineteada, tiro de laço e apresentações artísticas de dois pajeadores, show estadual com César Oliveira e Rogério Mello, conjunto Ecos da Terra e Forigo e Banda, estes dois últimos, assim como os pajeadores, artistas locais. O evento terá ingresso gratuito e é aberto a toda a população de Santa Rosa e região.”
Em sua dimensão simbólica o proponente afirma que “Os Rodeios gaúchos são denominados de Crioulos porque representam as práticas tradicionais da Terra, dos peões campeiros gaúchos do Rio Grande do Sul.” Mais adiante o proponente em sua exposição declara que “a importância das atuais Festas Campeiras e dos Rodeios Crioulos de hoje está na preservação dessas lidas tradicionais dos gaúchos sul-rio-grandenses e no cultivo das suas práticas campeiras pelas novas
Gerações”. E continua em outro trecho “ O evento traz em si um viés didático, que é de ensinar ao público participante, sempre estimulando as famílias e os jovens, ensinando-lhes o ato de encilhar, montar e tratar um cavalo, estimulando e mostrando os exercícios de tiro de laço, a confecção de uma vaca parada, sendo a Tradição Gaúcha de origem essencialmente pastoril, esses costumes tradicionais dos Campeiros do Brasil devem ser, permanentemente, incentivados no meio tradicionalista gaúcho.”
Em sua justificativa de sua dimensão econômica ressalta o proponente que “Como dimensão econômica local, os valores obtidos do incentivo fiscal serão todos revertidos em prestadores de serviços locais e regionais. Além destes recursos, a movimentação de visitantes aquece a economia local como um todo, posto que o Rodeio atrais turistas e visitantes de toda a macro região da AMUFRON (Associação dos Municípios da Fronteira Noroeste), composta de 20 municípios adjacentes.”
No que corresponde a dimensão cidadã o projeto afirma que “O evento será plenamente gratuito, em todas a sua realização. E as famílias, escolas e sociedade será estimulada a prestigiá-lo. Com isso, além do momento de lazer e fruição próprios das ações que envolvem a arte e a cultura, estes cidadãos serão impactados, como já exaltamos no campo da dimensão simbólica, pelos valores da nossa cultura tradicionalista, que é transformadora. O 17º Rodeio Crioulo do Piquete Parceria proporciona o contato com as virtudes que edificaram o povo gaúcho. O respeito, a comunhão, a hombridade, a alegria, a hospitalidade, tão ufanados desde os textos de João Simões Lopes Neto. Construir através da cultura e da arte uma sociedade mais feliz, aumentando a sua auto estima e contribuindo para a sua realização enquanto sociedade é obrigação das entidades sociais. E o Piquete Parceria não abre mão de dar a sua contribuição para o enriquecimento cultural, e social da comunidade regional.”
Análise de Mérito
A identidade cultural certamente é um conjunto híbrido e maleável de elementos que formam a cultura de um povo, ou seja, que fazem com que um povo se reconheça enquanto agrupamento cultural que se distingue dos outros. Certamente é difícil definir uma identidade cultural específica, pois ela é maleável e depende do momento e das peculiaridades culturais de uma determinada sociedade.
Atualmente, o maior desafio para se manter a identidade cultural dos grupos sociais é a globalização, que determina as manifestações culturais baseada em padrões minimalizados e que tem se tornado hegemônica no mundo.
Cumpre ressaltar que o folclore não é uma simples coleção de fatos disparatados e mais ou menos curiosos e divertidos; é um “conhecimento sintético” que se manifesta fortemente e especialmente em aglomerações do interior próximas de uma vida rural mas também nos grandes centros daquilo que ainda subsiste de tradicional nos meios industriais e urbanos.
A etimologia da palavra folclore já nos fornece seu verdadeiro significado pois o termo é um neologismo de duas palavras “folk +lore”, onde os vocábulos da língua inglesa “folk” significa "gente" ou "povo" e “lore” significa "conhecimento", passando assim a ter o significado de “conhecimento tradicional de um povo”. Portanto, o folclore pode ser manifestado tanto de forma coletiva quanto individual e reproduz os costumes e tradições de um povo transmitidos de geração para geração. Sendo assim, todos os elementos que são parte da cultura popular e que estão enraizados na tradição desse povo são parte do folclore.
Enfatiza-se que a preservação das tradições é de extrema importância para a manutenção da cultura e de transmitir a mesma para as gerações futuras e um eficaz meio para a transmissão dos valores presentes para as gerações que virão. A importância das tradições é que estas realmente colaboram para o despertar da consciência coletiva da cultura e da história, resgatando as raízes culturais de regiões e comunidades despertando no indivíduo o interesse e o orgulho a respeito de sua própria cultura.
Assim, a importância das atuais Festas Campeiras e dos Rodeios Crioulos na atualidade está na preservação dessa cultura dos gaúchos sul-rio-grandenses e no cultivo das suas práticas pelas novas gerações e ainda proporcionar aos visitantes deste evento uma programação cultural diversificada e de qualidade e valorizando artistas regionais.
O projeto apresentado, tem o mérito ao assumir o compromisso também de se aproximar das crianças e jovens as manifestações culturais, oportunizando que tenham acesso a novas informações, fomentando o surgimento de talentos e o fomento da sustentabilidade da cultura, na geração de empregos e renda, fortalececendo os elos produtivos e na formação de uma economia da cultura no município de Santa Rosa.
Concluindo, o projeto “Rodeio Crioulo do Piquete Parceria 17º edição 2021” será uma efetiva oportunidade de levar a um público diverso uma oportunidade de conhecimento de um conteúdo qualificado, além de oportunizar fomento a uma cadeia cultural que precisa de oportunidades de trabalho e renda num cenário cultural presente extremamente impactado pela crise sanitária.
Sendo assim, o projeto “Rodeio Crioulo do Piquete Parceria 17º edição 2021” é recomendado para a avaliação coletiva, em razão de seu mérito cultural – relevância e oportunidade - podendo vir a receber incentivos até o valor R$ 74.984,00 (setenta e quatro mil e novecentos e oitenta e quatro reais) do Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais – Pró-Cultura RS.
Porto Alegre, 12 de Fevereiro de 2021.
Paulo Leônidas Fernandes de Barros
Conselheiro Relator