Processo nº 01165/2022
Parecer nº 097/2023 CEC/RS
Projeto “INTERFACE CULTURAL - ARTE REABILITANDO VIDAS - 1ª EDIÇÃO - 2023” .
O projeto "Interface Cultural - Arte Reabilitando Vidas" apresentado pela proponente Maira Pinto Rodrigues está inserido na área de Artes Visuais - Artes Plásticas, cuja execução não está vinculada à data fixa.
Em relação à dimensão simbólica, é pontuado com nota 3.5, pois o tema central do presente projeto aborda a arte como instrumento terapêutico e de reabilitação psicossocial, valorando os aspectos criativos e individuais de cada ser. Carece de caracterização do público-alvo e o motivo pelo qual se faz necessária a realização desse projeto. A proposta caracteriza-se como um projeto interdisciplinar que cruza arte e saúde mental em oficinas diversificadas e uma exposição. O cruzamento entre artes e saúde mental não se configura como algo novo e, para podermos melhor avaliar o conteúdo estético da proposta, a presente conselheira deveria ter acesso primeiramente aos resultados da oficina anterior contemplada pelo FAC Visual, em segundo lugar, aos portfólios dos artistas oficineiros e, em terceiro lugar, ao conteúdo programático das oficinas.
Na dimensão cidadã é pontuado com nota 3, pois temos a única informação que o público das oficinas são crianças, jovens e adultos. Entendemos que crianças, jovens e adultos têm capacidades cognitivas peculiares e, deveriam ser direcionadas oficinas específicas para cada uma dessas faixas etárias. É necessário melhor caracterizar socialmente o público, como por exemplo, se são oriundos de alguma instituição social. Também precisamos compreender como essas 20 a 25 pessoas serão selecionadas para participarem das oficinas. Falta abordar o público-alvo da exposição. Louva-se que as oficinas são gratuitas aos participantes mas não temos informações sobre o acesso à exposição.
Na dimensão econômica é pontuado com nota 3. Parabeniza-se o proponente pela apresentação detalhada da lista de materiais a serem utilizados no decorrer das oficinas. É visível que o projeto movimenta o comércio local a partir da aquisição de materiais para a realização das oficinas. Contudo, na planilha de custos, é indicado apresentar uma estimativa de quantas obras serão emolduradas a fim de justificar o valor do serviço contratado de marceneiro. São apresentados na mesma planilha serviços de assessoria de imprensa, fotografia e vídeo mas, esses itens não aparecem descritos no item metodologia do projeto. Sugerimos que sejam contratados mais artistas para a realização das oficinas a fim de distribuir os custos e oportunizar outros artistas de serem contemplados pela LIC-RS. Para o serviço de exposição, indicamos fortemente a contratação de um especialista ou estudante na área de curadoria e/ou museologia. Não encontramos fontes de investimento local, nem receitas originárias da prefeitura ou outras políticas de fomento à cultura. Sugerimos ao proponente que inclua um plano de comercialização a fim do projeto não depender totalmente dos recursos da LIC-RS.
No quesito relevância é pontuado com nota 2.5, pois o tema do projeto é de suma importância para a população gaúcha, pois aborda a arte em suas diferentes linguagens como um instrumento de reabilitação social. Porém, necessitamos de informações textuais precisas em que o proponente justifique ao presente Conselho Estadual da Cultura a relevância e legado desse conjunto de oficinas e única exposição para a comunidade de Rosário do Sul.
No quesito oportunidade é pontuado com nota 1.5, O projeto do modo como está apresentado, tem carências nas dimensões simbólica, cidadã e econômica, se fazendo necessário incorporar mais elementos para ser considerado um projeto de mérito cultural. No planejamento geral deixa em aberto informações relativas ao orçamento, metodologia de execução e principalmente nos objetivos. Quando se trata de uma solicitação à LIC para a execução de um projeto baseado em oficinas, é obrigatório que o proponente informe o conteúdo programático das oficinas. É considerado oportuno conhecermos também a programação geral dessas oficinas no decorrer dos meses de execução. Falta ainda informar o público total estimado que será contemplado pelo conteúdo das oficinas, assim como o público estimado que irá desfrutar da exposição.
No quesito viabilidade é pontuado com nota 1.5, pois a proponente e artista apresenta vasta experiência na área das Artes e da Saúde Mental, conforme apresentado no currículo documentado em anexo. Sugerimos que a proponente apresente portfólio de produção da artista, a fim da presente conselheira ter mais instrumentos de análise das características estéticas que serão desenvolvidas nas oficinas. O fato de faltar informações fundamentais para a realização do projeto como o local de execução das oficinas, assim como a carta de anuência do Teatro Municipal de Rosário do Sul, local onde será realizada a exposição coletiva, configuram fragilidade do projeto do quesito viabilidade. Por último, para a concretização do evento é fundamental a apresentação de um plano de comunicação e divulgação das oficinas, onde inclusive devem ser mencionadas a inserção das marcas Governo do Estado do RS, PRÓ-CULTURA e LIC-RS.
Em conclusão, o projeto “INTERFACE CULTURAL - ARTE REABILITANDO VIDAS - 1ª EDIÇÃO - 2023” é recomendado para financiamento público, em razão de seu mérito cultural, relevância e oportunidade, podendo captar até R$ 26.190,00 (vinte e seis mil e cento e noventa reais) junto ao Sistema Integrado de Apoio e Fomento à Cultura.
Porto Alegre, 20 de janeiro de 2023.
Informe:
Sessão realizada dia 20 de janeiro de 2023.
A Comissão Especial III de Avaliação de Projetos do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, reuniu-se, com a presença de Bruno Rosa do Nascimento, Douglas Barbosa Pinto de Moura, Geziel da Silva de Souza, Plínio José Borges Mósca, Renata Gastal Porto, Sandro Giordani. A reunião foi coordenada pelo conselheiro Geziel da Silva de Souza e teve, como secretário Bruno Rosa do Nascimento.
O projeto obteve a nota final de 3,03 pontos sugerida pelo(a) relator(a) e aprovada por unanimidade.
Os projetos cuja nota for inferior à nota do último classificado na lista de espera, por não terem mais chances de serem priorizados, terão sua tramitação no conselho encerrada.
Consuelo Vallandro
Presidente do CEC/RS
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