Processo nº 00656/2023
Parecer nº 543/2023 CEC/RS
Projeto “MATRIZ AFRICANA, CULTURA E RELIGIOSIDADE NA SERRA GAÚCHA - 1ª EDIÇÃO - 2023” .
Dimensão Simbólica
O projeto MATRIZ AFRICANA, CULTURA E RELIGIOSIDADE NA SERRA GAÚCHA 1 ª EDIÇÃO 2023, propõe um conjunto de oficinas voltas a difusão e formação da cultura religiosa de matriz africana, fomentando a salvaguarda de bens culturais, reforma e valoriza o patrimônio imaterial e valoriza as manifestações culturais locais. Mas diante de uma proposta de formação é fundamental um plano pedagógico mais delineado, o currículo de palestrantes e oficineiros. Parte-se do princípio da formação autodidata em função do tema e por consequência caracteriza-se como transmissão de saberes que se relaciona com o desenvolvimento da linguagem, todavia esta temática não esta, de forma clara se a proposta é de formação ou afluição do conteúdo proposto. Embora com certa fragilidade as palestras e oficinas estão adequadas a proposta.
Fica clara a originalidade e inovação estética da proposta ( palestras e oficinas sobre a cultura religiosa de matriz africana), no entanto a proposta apresenta fragilidades, por não presentar uma melhor construção temática e pegagogica (anexos explicativos), que pudessem consolidar uma interpretação mais clara dos objetivos.
Dimensão Cidadã
Pluralidade parcialmente contemplada, Boa descrição das medidas de acessibilidade, a remuneração dos principais agentes do projeto, os palestrantes, não apresenta equanimidade na planilha orçamentaria. Não foi encontrado na proposta a questão da gratuidade das atividades, apenas citando os públicos envolvidos.
Dimensão Econômica
Há uma distribuição de valores desproporcional na planilha de custo apresentada, os palestrantes e oficineiros tem uma previsão de remuneração de R$ 280,00 por atividades, com uma previsão de seis palestras e/ou oficinas, recebendo um valor total pela participação no projeto de R$ 1.680, 00 cada participante, sendo que somente a locação do espaço, do próprio proponente prevê uma remuneração de 11.100,00. Somente os valores a serem pagos a coordenação pedagógica e a coordenação administrativa (que não é realizada pelo proponente) chega a quase 50% do valor total do projeto, em um total de 52.000,00. O valor apresentado como recursos próprios/doações são simbólicos com baixo impacto no valor total do projeto. Não há comercialização de bens e serviços e nem recursos da Prefeitura Municipal.
Viabilidade
O projeto já foi apresentado ao sistema no ano de 2023, quando foi inabilitado, no histórico do proponente encontramos apenas este projeto que está sendo reapresentado. A proposta não apresenta intenção de patrocínio, o que compromete a viabilidade da execução do projeto.
Relevância
O projeto não apresenta declaração do Conselho Municipal de Cultura. Mas demostra a possibilidade de legado a comunidade local e tem uma transversalidade com o plano Estadual de cultura.
Oportunidade
O projeto apresenta uma linguagem diferenciada, em relação as linguagens e setores culturais priorizados ao longo do ano, há um certo desencontro em relação a metodologia, programação e os objetivos específicos, que não trazem de forma explicita as atividades propostas.
Em conclusão, o projeto “MATRIZ AFRICANA, CULTURA E RELIGIOSIDADE NA SERRA GAÚCHA - 1ª EDIÇÃO - 2023” não foi recomendado a concorrer aos recursos disponíveis na priorização mensal.
Porto Alegre, 22 de agosto de 2023.
Informe:
Sessão realizada dia 23 de agosto de 2023.
A Comissão Especial II de Avaliação de Projetos do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, reuniu-se, com a presença de Bruno Rosa do Nascimento, Douglas Barbosa Pinto de Moura, Jussara Prates dos Santos Girardi, Neimar Pires Rodrigues, Rubia Ana Mossi Frizzo. A reunião foi coordenada pela conselheira Jussara Prates dos Santos Girardi e teve, como secretário o conselheiro Bruno Rosa do Nascimento.
O projeto foi considerado não recomendado para concorrer aos recursos disponíveis, obtendo a nota de 2,89 pontos sugerida pelo(a) relator(a) e aprovada pelos integrantes da comissão com a abstenção de Douglas Barbosa Pinto de Moura. embrando que projetos com nota inferior a 4,00 não participam da priorização, podendo o proponente solicitar revisão da nota, conforme orientação do Pró-Cultura.
Consuelo Vallandro
Presidente do CEC/RS
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