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Consulta de Projetos Culturais


Elaboração de projetos arquitetônicos e complementares de recuperação do Museu Arqueológico do RS

Processo: 002983-11.00/12-3 | Data de entrada: 16/11/2012 | Situação atual: Arquivado - Não recomendado
Produtor cultural: CARMEN LANGARO & CIA. LTDA.

Área/Segmento cultural: ESPAÇO CULTURAL

Local de realização: TAQUARA


Identificação:

“A investigação científica feita através da Arqueologia, conforme Braidwood, ''[...] é um meio para compreender as atividades dos seres humanos, através do estudo do que eles mesmos fizeram, em vez de ter em conta o que disseram ou registraram.'' (BRAIDWOOD apud SOUZA, 1991, p.36) “Originalmente, o termo (arqueologia) foi cunhado por Platão no diálogo 'Hipias Maior', com o significado específico de história da origem das cidades gregas e de seus antigos heróis. Sempre com o significado de história dos tempos antigos, foi empregado, também, por Tucidides, Diodoro Siculo, Estrabão e Dionisio de Halicarnasso, todos historiadores gregos, e por Flávio José, historiador judeu, caindo, então, em desuso, somente reaparecendo no século XVII, já com o sentido de síntese histórica do mundo antigo.” (SOUZA, 1991, p.15) O Rio Grande do Sul gozou por alguns anos do privilégio de ser o único Estado brasileiro a manter um museu de arqueologia público, dotado de vasto e diversificado acervo, com instalações adequadas a seus propósitos, pessoal qualificado e atividades que incluíam pesquisa arqueológica, extensão acadêmica, exposições abertas ao público, programa de visitas orientadas e a guarda de material coletado, tanto por pesquisadores acadêmicos quanto contratados por empresas em fase de implantação. Trata-se do Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (Marsul), localizado no município de Taquara, a 83 quilômetros de Porto Alegre. Apesar de seu valor intrínseco e da extensa folha de serviços prestados à sociedade, o museu está fechado desde 2008. Este projeto cultural se propõe a elaborar os estudos e projetos arquitetônicos e complementares necessários à viabilização da recuperação física do museu, segundo necessidades elencadas pela própria instituição e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae-RS). Projeto cultural posterior terá como objeto a execução de tais projetos, que então tornarão o Marsul apto a voltar a operar, estabelecendo condições ideais de conservação do acervo e retomada das atividades interrompidas por falta absoluta de infra-estrutura. Além deste, posteriormente será elaborado e apresentado ao Pró-Cultural projeto cultural para organização, higienização e acondicionamento e exposição do material arqueológico depositado no museu, segundo termo de referência elaborado pela própria instituição, bem como projeto de requalificação externa da área do museu. O Marsul é uma instituição da Secretaria de Estado da Cultura criada pelo Decreto Estadual 18009/66, de 12 de agosto de 1966. Seu idealizador e fundador foi o professor da rede estadual Eurico Theófilo Miller, que realizava pesquisas na área arqueológica. Para poder integrar-se ao Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas (Pronapa), Miller doou seu acervo arqueológico resultante de pesquisas anteriores ao Estado do Rio Grande do Sul, em troca da criação de uma instituição voltada à arqueologia. Nos anos iniciais, o Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul teve por sede a própria residência do fundador. Depois disso, funcionou durante doze anos em um antigo frigorífico. Foi transferido para sede atual em 1977, em um prédio de 1,8 mil metros quadrados especialmente construído para este fim, em terreno de 10 hectares doado pela Prefeitura do Município de Taquara. Originalmente o Marsul nasceu ligado ao Pronapa, sob o patrocínio do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) e da Smithsonian Institution da cidade de Washington, Estados Unidos, em colaboração com a antiga Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan). Enquanto esteve em atividade, o Marsul apresentava-se como uma das principais referências entre os museus arqueológicos brasileiros, pela abrangência e qualidade de seu acervo (estadual, nacional e internacional) e variedade do seu material (orgânico, cerâmico, lítico, ósseo, etc). Foi um pólo de formação de pesquisadores e especialistas, provenientes de instituições como PUC-RS, IAP, UFRGS, USP, Unisinos, entre outras. Mas o escasseamento dos investimentos em manutenção, pessoal e novos projetos levou o Marsul à completa deterioração, culminando com seu fechamento. O local só não encontra-se em estado de completo abandono por mérito de seu único servidor e diretor, o arqueológo Jefferson Luciano Zuch Dias. Em sua reserva técnica, o Marsul mantém significativa parcela do patrimônio arqueológico nacional, que está representado por vestígios provenientes de 1198 sítios arqueológicos pré-históricos e históricos. Destes, 1093 sítios provêm de diversas cidades gaúchas, outros 13 de Santa Catarina e 92 registros provenientes do Amazonas, Mato Grosso e Rondônia. Outros 2700 itens já se encontram separados para o devido tombamento, e restam muitas peças a serem separadas das coleções de sítios arqueológicos para o devido tombamento. O acervo também é formado por cerca de 1000 artefatos arqueológicos doados por particulares. As pesquisas na região amazônica, em Santa Catarina e em 927 sítios gaúchos foram realizadas por Eurico Theófilo Miller. Entre os anos de 1969 e 1972, Pedro Augusto Mentz Ribeiro pesquisa e registra 101 sítios arqueológicos dispersos nos vales dos rios das Antas, Caí, Jacuí, dos Sinos e Taquari e no Litoral. A partir dos anos de 1980, André Luiz Jacobus realiza trabalhos como o Programa Arqueológico de Santo Antônio da Patrulha-PASAP, em convênio com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul-URFGS, que também abrangeu áreas de Taquara, São Francisco de Paula, Rolante, Riozinho, Caraá, Glorinha, Osório e Maquiné. Em 1994 o Marsul participou do projeto de arqueologia pública realizado na rodovia Rota do Sol, em trechos que abrangem parte da Serra Gaúcha até o Litoral Norte. Desde 2001, o Marsul guarda os vestígios arqueológicos pertencentes à 12ª Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), sendo a maior parte composta por vestígios provenientes dos Sete Povos das Missões. Desde 2006, o atual diretor da instituição, Jefferson Luciano Zuch Dias, desenvolve o Projeto de Investigação Arqueológica do Vale do Paranhana, cuja premissa é apoderar-se de um melhor entendimento a respeito dos mecanismos utilizados pelas antigas populações nativas antes da ocupação europeia que se inicia no século XIX. Além do campo da pesquisa arqueológica, o Marsul também está voltado para a divulgação do conhecimento cientifico para o público em geral, mais especificamente ao público estudantil, através de suas ações educativas. Contabiliza-se que desde sua abertura ao público, em 8 de novembro de 1980, visitaram a instituição cerca de 130 mil pessoas. Em 2008, último ano em que recebeu visitantes, 1229 pessoas do Estado e de outras regiões brasileiras estiveram no local. A partir do mês de agosto daquele ano, o então responsável técnico da Instituição encerrou as atividades de visitação devido à falta de condições nas instalações hidráulicas e de luz. Entre eventos externos, o Marsul teve parte de seu acervo colocado em duas exposições organizadas pela Fundação Bienal de São Paulo, sendo que uma delas também foi levada a Paris e a outra a Londres. Ainda podem ser citadas atividades como cursos, seminários e simpósios que realizadas nas dependências do Marsul, bem como a produção de publicações. Em anexo encontram-se dois termos de referência, para fins de conhecimento das necessidades integrais do Marsul, a serem contempladas em projetos culturais futuros a serem apresentados às leeis de incentivo: um do Iphae, referente ao Projeto de Recuperação e Requalificação do Marsul, contemplado em parte neste projeto cultural (ou seja, somente o prédio principal) em razão do alto custo necessário à elaboração de todo o teor; e o segundo do próprio Marsul, referente às necessidades de recuperação e revitalização do acervo.

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