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1º - Edição Projeto Cultural Rede Gaúcha das Rodas de Samba

Processo: 0 | Data de entrada: 20/03/2017 | Situação atual: Arquivado - Término dos prazos
Produtor cultural: DOWNLOAD PRODUTORA DE EVENTOS E MARKETING LTDA. EPP

Área/Segmento cultural: MÚSICA

Local de realização: PORTO ALEGRE


Identificação:

O presente Projeto denominado \"1ª Edição - Projeto Rede Gaúcha das Rodas de Samba \" pretende promover um resgate, uma verdadeira salvaguarda do nosso Samba de Raiz de nossa cidade, que por sua vez sofre influências do samba carioca e paulista. Expressar esse sentimento em uma Roda de Samba onde os instrumentos de percussão e cordas a cada acorde são apreciados pelos seus apaixonados, assim como os amantes de suas letras, versos e rimas. A Roda de Samba é a verdadeira caracterização da cultura afrobrasileira, circular como todas as culturas influenciadas pela cultura africana. Desde sua origem a inserção do samba na vida cultural e artística brasileira se realizou de forma gradual, com as mais variadas denominações - samba de gafieira, samba canção, samba pagode, samba rock e outros. Sempre relacionado com o popular, o samba atingiu toda a extensão urbana do país, e sua aceitação nunca se limitou a uma classe social particular. Em suas origens primárias, o samba é um gênero musical, que derivou de um tipo de dança, de raízes africanas surgido. No Brasil é tido, atualmente, como ritmo nacional por excelência. Considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras, o samba se transformou em símbolo de identidade nacional. Dentre suas características originais, está uma forma onde a dança é acompanhada por pequenas frases melódicas e refrões criativos, muitas vezes de formulação coletiva, alicerces do samba de roda nascido no Recôncavo Baiano e levado, na segunda metade do século XIX, para a cidade do Rio de Janeiro pelos negros que migraram da Bahia e se instalaram na então capital do Império. O samba de roda baiano, inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão em 2004, sendo em 2005, por iniciativa do Ministro da Cultura Gilberto Gil, com apoio da comunidade cultural e sambistas de todo Brasil, foi Proclamado Patrimônio Oral e Imaterial da humanidade, título que foi outorgado pela Unesco em 2005. Consagrado em todos os continentes, este mesmo gênero musical serviu de base para o samba carioca e demais vertente deste gênero musical, formando um dos símbolos mais importantes de nossa brasilidade. Apesar de já existir anteriormente em todo o país - o samba como gênero é uma expressão musical urbana do Rio de Janeiro, onde de fato nasceu e se desenvolveu entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Foi na cidade maravilhosa que a dança praticada pelos escravos baianos migrados dialogou e acolheu outros gêneros musicais tocados na cidade (como a polca, o maxixe, o lundu, o xote e outros), adquirindo um caráter totalmente singular e criando o samba carioca urbano e carnavalesco. Em 1917, foi gravado em disco \"Pelo Telefone\", aquele que é considerado o pioneiro, em nosso solo pátrio. Na verdade, \"Pelo Telefone\" era uma criação coletiva de músicos que participavam das festas na casa da Tia Ciata (considerada Matriarca do Samba), mas acabou registrado na Biblioteca Nacional por Ernesto dos Santos, o Donga, com co-autoria atribuída a Mauro de Almeida, um então conhecido cronista carnavalesco. A gravação alcançou sucesso com a marca samba e contribui para a divulgação e popularização do gênero. A partir daquele momento, o samba começou a se espalhar pelo país, inicialmente associado ao carnaval e posteriormente adquirindo um lugar próprio no mercado musical. Os contornos modernos do samba viriam somente no final da década de 1920, a partir das inovações de um grupo de compositores dos blocos carnavalescos dos bairros do Estácio de Sá e Osvaldo Cruz, e dos morros da Mangueira, Salgueiro e São Carlos. Desde então, surgiram grandes nomes do samba, entre alguns como Ismael Silva, Cartola, Ari Barroso, Noel Rosa, Ataulfo Alves, Wilson Batista, Geraldo Pereira, Zé Kéti, Ciro Monteiro, Nelson Cavaquinho, Elton Medeiros, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Leci Brandão, Beth Carvalho, Almir Guineto, entre outros. Derivados do samba, outras formas musicais ganharam denominações próprias, como samba de gafieira, o samba enredo, o samba de breque, o samba-canção, o samba-rock, o samba-reggae, o partido alto, o pagode, entre outros. Pela sua maturidade, variação e popularização, em 2007, o IPHAN declarou o samba Patrimônio Cultural do Brasil. No entanto, o Samba e o pagode, tombados pela UNESCO, como Patrimônio Imaterial da Humanidade, ainda hoje sofrem uma profunda discriminação pela indústria fonográfica, que insistem em impor aos nossos artistas um padrão único de música popular, o chamado POP. Da mesma forma os sambistas, enfrentam uma enorme dificuldade de verem suas obras musicais, serem executadas na maioria das rádios brasileiras. Universalmente difundida através do disco, do rádio, da TV e dos vídeo clipes, a música POP é uma produção industrial que privilegia a forma em detrimento do conteúdo - não por acaso se valorizam os trabalhos de produtores e engenheiros de som - e criada em princípio para chegar ao topo das paradas de sucesso e lá permanecerem por algumas semanas, até ser substituída pela próxima canção pop. E, através desse pop, a indústria de entretenimento rejeita as diferenças e trabalha o estabelecimento de uma linguagem única de música popular em escala planetária. Com primazia da globalização, que opera no sentido da extinção da produção tradicional e local, as grandes corporações internacionais da indústria musical, cultural e do entretenimento, procuram sutilmente, ignorar e desqualificar o samba e suas vertentes. Durante meados da década de 1980 e, principalmente, durante a década de 1990, a indústria fonográfica tentou se apropriar de alguns estilos brasileiros, como foi o caso do pagode, que foi transformado em um \"samba diluído, expresso em um produto sem malícia das sincopa e sem as divisões rítmicas surpreendentes, com letras infantilmente ironizadas e arranjos previsíveis e cada vez mais próximos da massificação da música pop\". Mas o Samba resiste bravamente, a partir do ano de 2000, surgiram vários sambistas e buscavam se reaproximar das tradições mais populares e de suas verdadeiras raízes. Sem a preocupação de apenas produzirem música para alcançar as paradas de sucesso e na contra mão da \"indústria jabazeira\", muitos sambistas reencontraram seus redutos tradicionais. Foram os casos de Marquinhos de Osvaldo Cruz, Tereza Cristina e Grupo Semente, entre outros, que contribuíram para a revitalização da região da Lapa, Rio de Janeiro, tradicional reduto do samba. A Mostra de Talentos do Carioca da Gema, festival mais importante da Lapa nos dias atuais, revelou para o mundo do samba, Roberta Sá, Maria Rita, Manu Santos, Moíses Marques, Eliza Ador entre vários outros. Em São Paulo, o samba retomou a tradição com shows no SESC Pompéia e ainda através vários grupos, entre eles, o QUINTETO BRANCO E PRETO que desenvolvia o evento (no bairro santo Amaro) \" Samba da Vela\" - no qual seus participantes só cantam sambas inéditos de compositores de compositores desconhecidos da indústria musical. Isso tudo contribui para atrair vários artistas do Rio de Janeiro, que além de shows, fixaram residência em bairros da capital paulistana, como São Mateus. No sul, especialmente em Porto Alegre, mesmo após o fechamento da saudosa RÁDIO PRINCESA, emissora AM, que tocava samba e MPB durante toda sua programação, o samba continua vigoroso e dá continuidade ao seu processo de fruição. Bairro Santana, Bar do Nego Lelo (Rubem Berta), Morro da Conceição, Bar do Ricardo, Banda da Saldanha, Banda Itinerante e outros tantos, simbolizam para nós, redutos de resistência e preservação do nosso samba, Patrimônio Imaterial do Brasil. No último período muitos produtores autônomos, associados e até mesmo aventureiros procuram fidelizar no RS, um conceito de Roda de Samba, sem sucesso, uma vez que a concentração dos verdadeiros apreciadores, fazedores e cultuadores (não falo consumidores) estão nas regiões periféricas da cidade (onde não falo discriminando o resto da cidade), lá onde o samba nasce e dorme. Neste sentido apresentamos este projeto de consolidar o Roda de Samba, enfocando as suas raízes, em um espaço cultural consolidado, do Samba junto a cidade de Porto Alegre, com o objetivo de promover e preservar o samba de raiz em sua roupagem e conceituação original, proporcionando ao seu público alvo de seguidores, apaixonados e estudiosos do samba um verdadeiro encontro com seu ritmo, batida e acordes. Nossa proposta é de realização de 22 Rodas de Samba, sendo realizadas aos domingos das 12h000min às 22h00min, junto a Escola de Samba União da Tinga, localizada no Bairro Restinga, buscando atingir ao longo das apresentações um público de 11000 pessoas ao longo de todo o projeto. Os músicos que serão parceiros para a realização deste projeto, o Grupo Quem Samba fica Dez - QSF10, oriundos da comunidade da restinga, foram escolhidos por possuírem em sua formação de grupo desde sua origem a tradição da roda de samba como sendo central em suas apresentações, Salientamos com entrada gratuita para apreciar o evento. Bem dentro do conceito proposto pelo nosso Projeto. Como contrapartida (retorno de interesse) do Projeto, será a realização de uma Oficina de Produção Musical e Gestão Cultural, direcionada aos grupos de samba, bem como estimular a Rede Gaúcha das Rodas de Samba, em local e dia a serem informados. Salientando que os custos desta atividade serão custeadas pela Empresa Download Produtora. Como incentivo a criação da Rede Gaúcha das Rodas de Samba, faremos convites para que produtores e músicos que possuem e organizam Rodas de Samba por todo nosso estado prestigiem e integrem a Rede programada como objetivo de nosso projeto.

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