Cobertura da Nave Central: Restauração da Catedral Metropolitana de São Francisco de Paula

Processo: 22/1100-0000600-2 | Data de entrada: 12/01/2022 | Situação atual: Informação ao Proponente
Produtor cultural: Perene Patrimônio Histórico e Restaurações Eireli

Área/Segmento cultural: PATRIMONIO CULTURAL MATERIAL

Local de realização: PELOTAS

Identificação:

Apresentamos projeto para a execução da obra de restauração da nave central da cobertura da Catedral Metropolitana de Pelotas. A proposta se apresenta pela necessidade urgente para evitar a degradação do madeiramento do telhado, dos forros de estuque e das pinturas murais em virtude da umidade descendente proveniente dos problemas existentes. A história da Catedral Metropolitana São Francisco de Paula teve início em 1813, quando foi erguida uma capela, no ano seguinte à criação da Freguesia de São Francisco de Paula. Um raio acabou destruindo a capela, mas em 1826 foi edificado um templo maior. A Diocese de Pelotas foi criada pela Bula Papal datada de 15 de agosto de 1910, assinada pelo papa Pio X. Para sediá-la, foi erguida a Casa Episcopal, adjacente à Igreja Matriz. A Igreja então passou a ser Catedral da nova Diocese. Uma intervenção considerável ocorreu entre os anos 1915 e 1919, consistindo de obras no interior do templo e construção de um anexo, ao fundo. A Catedral São Francisco de Paula conservava o aspecto imponente de seu frontispício, com duas grandes torres sineiras, porém com acanhado e desproporcional corpo principal. A primeira grande reforma da Catedral São Francisco de Paula ocorreu no início da década de 1930, sob o projeto do frei franciscano Niceto Peters. A intervenção conservou a frontaria, com suas torres, e ajustou a proporção do corpo principal da edificação em relação àquela frontaria, demolindo para tal o antigo corpo e aumentando, assim, sua capacidade. São desta época também os dezesseis vitrais artísticos, distribuídos nas novas fachadas laterais, doações de famílias tradicionais pelotenses. Por iniciativa de Dom Antônio Zattera, terceiro bispo de Pelotas, em agosto de 1946 foi lançada a campanha de continuação das obras da Catedral. Com projeto do arquiteto Vitorino Zani, a construção começou em 1948, consistindo da ampliação do templo, ao fundo do limite existente. Foi realizada a edificação da cúpula-mor, cripta, sacristia, novo presbitério, além de outro volume, atrás do templo para sediar o novo salão paroquial São José. O cimento penteado, textura do acabamento externo, também remonta a esta reforma, inaugurada em março de 1950. No natal do mesmo ano foi inaugurada a decoração interna, com pinturas dos artistas italianos Aldo Locatelli, pintura figurativa, e Emílio Sessa, pintura decorativa, naturais de Bérgamo e contratados pessoalmente por Zattera. Também foi encomendado ao escultor Adolfo Gardoni – conterrâneo dos pintores - um altar-mor, esculpido em quinze tipos de mármore, inaugurado em agosto de 1951. No entanto, este patrimônio artístico-cultural sofreu danos significativos decorrentes da ação do tempo, da típica umidade do ar desta região e de antigos problemas de infiltração provenientes das coberturas e das fundações. Há 11 anos foi aprovado pelos órgãos competentes - Prefeitura Municipal e IPHAE (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado) - o primeiro projeto de restauração elaborado de forma multidisciplinar, visando a preservação deste patrimônio. Desde então, diversos processos de preservação vêm ocorrendo por meio do investindo em projetos culturais para o reconhecimento e valorização do patrimônio por parte da comunidade. Alguns exemplos são: o projeto “Janelas da Alma”, o qual realizou a restauração das janelas do Salão Paroquial São José no ano de 2016; a limpeza adequada das fachadas de cimento penteado que estavam pichadas, no ano de 2017, processo acompanhado por profissionais para a retirada da tinta sem danificar o revestimento original; o projeto “Portas da História”, o qual visou à restauração das portas da Catedral, entre outros projetos envolvendo a sociedade para a conscientização da preservação de sua identidade. Em 2021 foi entregue a restauração da Torre Sul. Nesta etapa, a maior parte do programa educativo foi feito online. Os vídeos podem ser vistos no canal https://www.youtube.com/channel/UCkqkM0IrAVbkRxVyYStoYAg/videos Para saber mais sobre este projeto: https://www.youtube.com/watch?v=lVaf91EWCLQ&t=19s Nos relatórios das redes sociais e da imprensa (anexados), é possível ver o resultado da última etapa realizada. A Catedral consiste num marco essencial para a manutenção da origem cultural e histórica da comunidade da metade sul do Estado. As ações de conservação propostas nesta etapa visam à preservação da autenticidade e originalidade dos materiais e dos processos construtivos. Para isso, as obras e os serviços de restauração serão realizados com base no conhecimento histórico e técnico estabelecido por profissionais especializados e pelas instituições de proteção do patrimônio. Esta fase consiste na restauração da nave central da cobertura da edificação. Ainda na restauração, é previsto o escaneamento 3D do templo e a virtualização do espaço com câmera 360. Este serviço dará oportunidade de realizar um acompanhamento inédito ao trabalho, obtendo-se um nível de detalhamento sobre técnicas construtivas, estado da edificação e precisão nas medições que não seriam possíveis com os métodos usuais. Os dados obtidos servirão para impressão de uma maquete em 3D e, posteriormente, poderão servir a diversos propósitos, tais como criar uma página na qual o visitante poderá fazer uma visita virtual à Catedral por meio da tecnologia de realidade aumentada - com auxílio de computador ou óculos VR, clicando em pontos específicos para saber mais sobre o material utilizado naquele ponto entre outras informações. Esse material, quando for criado, poderá ser utilizado inclusive para a educação patrimonial. Salientamos que neste projeto há previsão da obtenção de dados para análise técnica e criação de maquete 3D. Porém, este primeiro passo abre inúmeras possibilidades em termos de reconhecimento e apropriação do patrimônio por parte da comunidade em geral. Paralelamente à execução da obra, serão desenvolvidas atividades de Educação Patrimonial de acordo com a Instrução Normativa nº 001 de 2015 do IPHAN e mais recentemente a Portaria do nº 137 de 28 de abril de 2016 do mesmo Instituto, a qual estabelece diretrizes para este tema no âmbito do IPHAN e das Casas do Patrimônio. Por fim, prevemos o incremento à exposição histórica iniciada no projeto relativo à Torre Sul. Naquela etapa, foi feita uma pesquisa histórica e exposição com seu resultado, até a década de 50 do século passado. Também foi trazido o trabalho realizado pelas equipes de restauração, na educação patrimonial e a repercussão na imprensa. A ideia é prosseguir na pesquisa histórica, aumentando o número de painéis e o período abrangido pela exposição. Os painéis ficarão expostos na Catedral por tempo indeterminado. O conteúdo da exposição que foi feita, cujo conteúdo buscamos aprimorar, encontra-se neste link: https://drive.google.com/file/d/166ym5nvE-88PdyR-WI2YL9hkG4KYgWi8/view?usp=sharing